Ainda não sei dizer...
Uma ovelha no quintal
quinta-feira, 28 de julho de 2016
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
DE VOLTA À ETNOGRAFIA...MAIS OU MENOS
Plano Hidrográfico da Barra e Porto da Figueira e Costa Adjacente desde Palheiros de Lavos até ao Cabo Mondego" de 1855-1856 (Biblioteca Municipal da Figueira da Foz). Na imagem, detalhe da área correspondente ao Penedo.
Há dias, num dos fóruns do Curso E-Learning do Património Cultural Imaterial que estou a fazer desde Outubro, escrevi uma coisa parecida com isto:
Trabalho uma manifestação que não é vendável. Bonitinha. Não é uma festa que produz imagens apetecíveis, não implica a produção de bens que, com facilidade, podem ser utilizados pelos actores institucionais em estratégias de promoção local e regional. É invisível e roça, por vezes, a ilegalidade. É a pesca mais pobre. Não tem representação nas instituições museológicas locais que preferem mostrar, por exemplo, a faina maior (amplamente divulgada num museu que fica situado em Ílhavo, a menos de 50 kms). Expressa-se num território de fronteira, conflituoso, que é partilhado por turistas que brincam à pesca nos rochedos e, por vezes, concorrem para a destruição do habitat das espécies. Numa cidade voltada para o turismo (ainda não temos uma loja que venda pastéis de bacalhau recheados com queijo da Serra, mas talvez um dia se lá chegue) esta pesca menor é isso mesmo. Menor. No reverso da medalha tenho uma comunidade para a qual o uso do Penedo é fundamental para o equilíbrio do orçamento do agregado familiar. Uma população com uma relação histórica, diária, continuada, umbilical com o Penedo. Que usa termos que desapareceram há muito da toponímia local mas permaneceram na memória para designar algumas das rochas. Homens que todos os dias vão ver o mar, rememorar o que fizeram nas rochas quando ainda lá iam, cuidar de desconfiar ou enaltecer os métodos que os mais jovens passaram a usar. Que querem contar as suas memórias do Penedo.
O que pode um processo de inventariação e salvaguarda oferecer - de facto - a esta comunidade? Para além do reconhecimento, institucional, da sua própria memória e identidade colectivas. Uma nova gestão daquela paisagem onde os pescadores desta faina pequenina sejam os protagonistas? Um regime de excepção para a utilização daquela faixa de terra-mar onde se concentram milhares de veraneantes durante os meses de Verão? E o que tem sido feito para contribuir para proteger as artes e o saber fazer desta gente? Eu respondo: nada.
Entretanto, preparo-me para confeccionar um jantar vegetariano para 70 pessoas daqui a uns dias.
sábado, 13 de junho de 2015
BOPÃO DELÍCIA
Eu ia escrever sobre bolinhas de quinoa e polvilho (ou sobre o facto de ser muito mais porreiro usar cosméticos que não foram testados em animais), mas depois deu-me para experimentar o psyllium husk powder que comprei no feriado e saiu-me esta delícia. A sério, isto, que é um híbrido entre pão e bolo (bopão?), é capaz de ter sido a melhor coisa que fiz nos últimos meses (ia escrever anos, mas seria um exagero).
O mote foi dar destino a uma série de pacotes já abertos que estavam a ocupar o armário da cozinha e o frigorífico. E fazer a primeira experiência com o psyllium husk powder (basicamente uma fibra que funciona como cola em preparações sem farinha de trigo). O bopão foi aprovadíssimo aqui em casa e amanhã segue para outras bocas para novos veredictos.
Não é excessivamente doce - tem quantidades modestas de tâmaras e de açúcar de coco - e a textura ficou no ponto: frutos secos e flocos de aveia são sempre uma boa combinação. Se me desse para produzir alguma coisa era nisto que apostava. Não necessariamente neste formato (acho que em quadradinhos seria o ideal). Não parti de nenhuma receita já existente. Mas tive o cuidado de anotar as quantidades de todos os ingredientes que usei. Coisa rara.
Serviu, também, para experimentar o primeiro leite de arroz que fiz ontem. Tinha estado a pesquisar sobre receitas caseiras de leite de arroz e acabei por improvisar um pouco. Usei arroz biológico virgem da Herdade do Carvalhoso numa proporção de uma chávena para quatro de água. Cozi em lume baixo com uma pitada de sal. Depois da água ser toda absorvida triturei com água mineral na Bimby (um copo misturador serve perfeitamente). Coei e guardei em garrafas no frigorífico. Aproveitei e fiz também um batido de morango e banana com chia e pólen. Porque aqui em casa ninguém come sardinhas :)
terça-feira, 9 de junho de 2015
BROWNIES DE BATATA DOCE
Entre as muitas experiências de wraps sem glúten que tenho andado a fazer com polvilhos e leites vegetais, vai sobrando tempo para outras aventuras culinárias. Hoje foi dia de testar uma receita de brownies adaptada deste livro. Mudei alguns ingredientes, acrescentei outros e o resultado é fantástico. Já tinha experimentado outras receitas da Ella e ainda não houve nenhuma que tivesse corrido mal (ao contrário do que me tem acontecido com outros livros mais famosos....).
São brownies confecionados sem açúcar e sem farinha de trigo e que usam farinha de arroz, mel ou xarope de acér e tâmaras para adoçar e frutos secos para dar alguma textura à massa. Ao contrário da receita original, preferi usar nozes porque gosto mais do sabor que conferem ao produto final.
São brownies confecionados sem açúcar e sem farinha de trigo e que usam farinha de arroz, mel ou xarope de acér e tâmaras para adoçar e frutos secos para dar alguma textura à massa. Ao contrário da receita original, preferi usar nozes porque gosto mais do sabor que conferem ao produto final.
Actualmente é raro comer sobremesas feitas com farinha de trigo, açúcar e manteiga. São ingredientes que deixei de comprar, mas que acabo por consumir em alguma ocasião especial, fora de casa, como festas de aniversário, embora em pequenas quantidades. Os efeitos "nefastos" são imediatos: muita sede, inchaço e enjoo. Sintomas que não surgem quando como bolos ou sobremesas sem esses ingredientes.
Acredito que a adaptação do gosto a sobremesas "alternativas" não seja fácil para algumas pessoas habituadas à textura que o glúten confere aos bolos, ao sabor do açúcar convencional e à cremosidade dada pela manteiga. Mas mesmo estes bolos e sobremesas "alternativos" não devem ser consumidos como se não houvesse amanhã. Por vezes fico com a impressão que as pessoas enfardam estas iguarias como se estivessem a comer mirtilos ou água com limão. Ou, olhando para os instagrams, parece que só comem isso durante todo o dia. Isso e batidos.
Ora eu cá acho que não há nada melhor que um prato cheio de couves temperado com azeitinho, sumo de limão e flor de sal. Dêem-me uma refeição à base de couves (e cenouras, vá) e eu fico feliz. Al dente, obviamente. E quinoa com coentros frescos. E alho francês, pronto. E agora vou ali fazer uns hamburgers de batata doce e bok choy.
terça-feira, 26 de maio de 2015
PANQUECAS DE CHIA E POLVILHO
Creio que já escrevi aqui que fui uma adolescente com uma relação patológica com panquecas. A Teleculinária era basicamente a minha Bíblia (foi o chef Silva que inventou a tarte de leite condensado e limão???) e havia um pacote de receitas que eu repetia ad nauseum. Entre elas, estavam as panquecas. Era capaz de passar tardes a cozinhá-las e a enfardá-las alegremente. Eu e as minhas colegas do Liceu. Na altura não se faziam panquecas com Nutella. É certo que lá em casa havia uma coisa parecida: a Nocilla! A Nocilla é a irmã mais nova da Nutella. Todos os anos fazíamos a viagem a Vigo para nos abastecermos de mimos que não havia em Portugal. Era isso e o Blandiblub. Mas a Nocilla não era gasta nas panquecas. Era comida à colher (por mim) ou usada criteriosamente em torradinhas (pelo resto da família). Depois, por décadas, as panquecas ficaram esquecidas, como se estivessem destinadas a serem consumidas exclusivamente no período parvinho das nossas vidas.
O período parvinho não voltou (aparentemente....), mas voltaram a fazer-se panquecas. Desta vez, sem leite, sem toneladas de açúcar e sem farinha de trigo. Mas com chia, polvilho (o mesmo ingrediente base dos pães de queijo brasileiros) e leite de amêndoa. Esta é uma daquelas receitas que se faz em minutos e o resultado é sempre bom. Prefiro servi-las com fruta, mas podem ser usadas numa versão salgada para acondicionar vegetais.
Ingredientes
1 chávena de polvilho doce
1 + 1/2 chávena de leite de amêndoa (ou outro leite vegetal)
1 colher de sopa bem cheia de sementes de chia
2 ovos orgânicos
1 colher de chá de curcuma
flor de sal qb
óleo de coco qb
Preparação
Bater os ovos e, de seguida, adicionar os restante ingredientes batendo novamente. Numa frigideira anti aderente colocar uma noz de óleo de coco e deitar 1/4 do polme. Quando começar a ficar tostada de uma lado, virar a panqueca e deixar cozinhar mais um pouco.
Dá para 4 panquecas .
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quarta-feira, 20 de maio de 2015
PERDIÇÃO
Bananas, leite de coco caseiro, cacau cru, farinha de arroz, açúcar de coco, avelãs e raspa de laranja. É de comer e chorar por mais. A receita precisa, ainda, de alguns acertos, mas está no top das minhas preferidas. O bolo é denso sem ser pesado e tem o equilíbrio certo entre as diferentes texturas que o compõem. Sem glúten e vegan. O próximo ensaio é com crackers de sementes.
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sexta-feira, 15 de maio de 2015
NOVIDADES NA MARINHA
É possível que a melhor combinação de ingredientes seja cacau + maca + açúcar de coco + pasta de amêndoa + trigo sarraceno germinado. É de lamber os dedos e ir ao céu. Perfeita para usar nas taças de fruta que, brevemente, podem começar a ser degustadas na Cafetaria do Museu de Marinha.
Na foto, uma das muitas variações de pudim de chia e leite de amêndoa que tomo habitualmente de manhã. Com nêsperas do quintal da Figueira, pepitas de cacau e açúcar de coco e sementes de cânhamo.
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