segunda-feira, 28 de junho de 2010

O PÃO MILLET E OS ANTEPASSADOS

Embora tenha uma máquina de fazer pão cá em casa, presente de umas das minhas informantes flavienses, o pão, pão, faz-se à mão. Não há cá medidas pipi, não se usa a balança e a única preocupação é amornar a água para animar o fermento.
A lógica é sempre a mesma: juntar os ingredientes secos na taça  - desta vez foi farinha branca e integral, flor de sal  e um pouco de millet - e depois adicionar os líquidos, ou seja, o fermento dissolvido em água e um pouco de açúcar e o azeite.
É conveniente, e isto aprendi com um cozinheiro Krishna lá no Templo da Estefânia em Lisboa, juntar água a mais no início, e depois ir juntando a farinha necessária, do que poupar na água e ter que tornar a vertê-la. Deve haver ums explicação científica. Que eu desconheço...
Desta vez, deixei a massa mais húmida para o millet ter água suficiente para poder inchar.
Amassa-se qb e depois de crescer para aí 1 a 2 horas, volta a dar-se umas amassadelas rápidas, e vai ao forno. Uso sempre a minha placa de terracota porque absorve a humidade excessiva e o pão fica delicioso.
Este, ficou com uma textura crocante devido ao millet.



Mal ficou pronto, e era um senhor pão, foi logo cortado e degustado com uma camadinha, contida, de manteiga de vaca feliz dos Açores.
No dia seguinte, serviu para aconchegar um repasto ovo-vegetariano. Grão com cebola picada, coentros e salsa e uma generosa salada de cenoura, cebola, tomate, alface e maçã.



Não é que alguma vez a minha avó Susana tenha feito pão millet. A onda dela era mais as filhós e o bolo de azeite. Mas a épica malga onde depositei o singelo ágape, despertou-me memórias. E fui caçar fotografias antigas.


Vovó Susana e vovô Ventura são o casal da direita. Ao lado da vovó está a sua irmã Marquinhas, madrinha da minha mãe, e seu respetivo marido. Olhando para ela assim vestida, acho que lhe herdei o gosto pelos chapéus :)

4 comentários:

  1. Ai que belo repasto tradicionalista!
    Já almoçava! Sem dúvida!

    Fotos impecáveis!

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  2. Obrigada Rute :)
    O pão estava realmente muito bom :)

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  3. "... o pão, pão, faz-se à mão"... tenho dito, concordo!!!

    Marlène

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Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
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