quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DESPONTAR


Apesar do frio, as sementes vingaram. Há linho a crescer na minha varanda :) E é pura coincidência que a flor do linho seja azul e as minhas primeiras meias também...


domingo, 24 de fevereiro de 2013

AS MÃOS DA D. BENTA


Faz meias desde os 6 anos. Meias, caturnos e meiotes. De olhos fechados, quando a noite já vai longa e o cansaço vence, ou num andar apressado, enquanto guarda as ovelhas bravas e meirinhas do seu rebanho. Ontem, num serão de muitas horas, mostrou-me como se faziam os feitios de antigamente logo abaixo do elástico. As minhas meias azuis estão a ficar lindas :) 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

CURAR O POTE


Antes de cozinhar no pote (ou tingir lãs) há que curá-lo. Uma mistura de unto, cinza e água a ferver durante muitas horas raramente é suficiente. A segunda etapa passa por ferver cascas de batata, cenoura, nabo e talos de couve outras tantas horas. Mas há quem prefira, depois da primeira cozedura, usar leite. O meu, aqui em primeira ebulição, ainda só vai a meio da cura...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

TOMENTOS, ESTOPA, LINHO


Tomentos, estopa e linho. Fio e pano. Saídos das mãos da D. Lúcia, de Beçós, tecedeira do Barroso. Diretamente para o primeiro núcleo da exposição.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A CAPA

(talhar o carapuço) 

Quando andava a fazer isto lá em cima, cruzei-me com o sr. Albino, alfaiate de profissão. Melhor dito: alfaiate na reforma. À falta de burel artesanal, encomendei-o na Ecolã e combinámos uma tarde  para se fazer o registo da criação de uma capa. Por circunstâncias várias, à época, não foi possível concretizar os planos. Mas, um ano depois, tenho duas capas de burel saídas das mãos do sr. Albino :)
Uma tarde a ver fazer uma capa. Começou-se por talhar os três panos a partir de uma outra capa: o carapuço - que por lá também se chama, entre outros nomes, o crucho - o pano central e a emenda, isto é , o pano inferior que  confere roda à peça. Depois, foi ver a mestria das mãos do sr. Albino em ação. Em menos de duas horas a capa estava feita!

 (medir a largura da peça para cortar o debrum)

(talhar o feitio do debrum)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

URZE


Há um ano, quando a D. Benta me falou do tingimento da lã com os musgos, registei a informação, mas o projeto que estava a desenvolver não contemplava essa temática. Agora, com esta exposição, pude voltar a um tema que, assim de repente e para uma pessoa que durante tantos anos só via comida na frente, me suscitou um interesse inesperado.
Os musgos do carvalho e do castanheiro já foram colhidos e a urze - agora reduzida a trochinhos - para forrar o fundo do pote, também. Mas antes do tingimento, ainda tenho de cozer o pote com unto, cinza, areia e água. Coisa para acontecer por cá nos próximos dias...


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

DO TERRENO



Ontem à tarde, ver a D. Benta fiar e falar sobre tingimento de lãs, e também sobre meias, caturnos e meiotes.  Socos abertos e fechados, socas de meia peça e peça inteira. E sobre o feno que se botava no calçado para quem não tinha lã suficiente para cobrir os pés. À noite, continuar a aprender a tricotar meias com a D. Rosinha. Hoje de manhã, voltar ao rebanho da D. Benta.


Depois, fomos as duas em busca dos musgos dos carvalhos e dos castanheiros. Ainda havia pedaços de neve escondidos nas sombras da vegetação. De caminho, vieram urzes para uma vassoura e para as agulhas.


Para terminar o dia, conversa com a D. Agostinha e a D. Conceição. Começámos a selecionar as peças para a exposição. Os próximos dias vão ser ainda mais preenchidos.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

MEIAS




Parte da manhã passada em casa da D. Rosinha, que tem mãos sábias, a aprender a fazer meias. A semana passada foi treinar liga e meia à exaustão para agora não me atrapalhar. Hoje, apesar das agulhas que trouxe não serem as melhores, iniciei a empreitada :) Tudo a correr bem, mas ainda só vou no início...
Agora à tarde, depois de inventariar todas as peças da Casa do Capitão que vão integrar a exposição, entrevista à D. Benta para relembrar as matérias relativas ao tingimento dos têxteis que há um ano abordámos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

DE PARTIDA


A listar tarefas, peças para identificar, etnografar e fotografar, materiais para recolher no terreno, processos para descobrir enquanto lá estiver. Tenho as malas por fazer, mas a papelada relativamente organizada. Levo meadas para tingir de acordo com os ensinamentos da D. Benta e da D. Aninhas (vai haver muito pote a borbulhar com musgo na Casa do Capitão) e matérias primas para aprender saberes em termos.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

SEMEAR LINHO PARA UMA EXPOSIÇÃO


Dito desta forma até parece que passei toda a manhã numa leira a semear o linho :) Bom, na verdade, foi só numa das floreiras cá de casa, uma mão cheia de sementes deitadas à terra (apesar de não ser a altura certa do ano para o fazer). Que germinem e que cresçam fortes porque daqui a dois meses vão integrar o primeiro núcleo da exposição temporária sobre os trajes de Barroso no MAP.
E o objetivo é que estas plantas possam ser tocadas pelas mãos dos visitantes. E que estas mãos possam também experimentar as texturas da lã e dos tecidos que a casa dava: burel, linho, estopa, serguilha e chiscado.



domingo, 3 de fevereiro de 2013

TRAJES DE BARROSO NO MAP


Quase um mês depois do último post, já posso, finalmente, falar do projeto no qual vou estar envolvida nos dois próximos meses: uma exposição temporária no Museu de Arte Popular em torno dos trajes do Barroso a inaugurar no início do segundo trimestre do ano.
A partir dos começos de 1980, duas mulheres da Venda Nova, concelho de Montalegre, começaram a construir uma coleção de peças que viria a integrar o acervo do Grupo Folclórico da Venda Nova. Agostinha e Conceição percorreram o Barroso e na bagagem levavam apenas a vontade de aprender. De volta, traziam preciosidades que lhes davam ou emprestavam. Como o vestido de noiva recolhido em Fiães do Rio, uma raridade, porque o vestido que vestia a noiva era também o da mortalha.
Parte das peças desta exposição integra o acervo do Grupo Folclórico da Venda Nova. Haverá também peças da Casa do Capitão, pólo do Ecomuseu de Barroso da freguesia de Salto, e do MAP.
Definidos os núcleos expositivos e finalizada uma primeira etapa de pesquisa bibliográfica e documental em Lisboa, parto em breve para o Barroso para fazer o terreno. E, finalmente, para poder acompanhar o processo de confeção de uma capa de burel junto de um dos últimos alfaiates da região. 
Sobre o call for workshops associados a esta exposição, darei conta em breve :)

Costumes femininos do Barroso - Fotografia do livro A arte e a natureza em Portugal, Emílio Biel & Cª Editores.

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Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
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