quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

COISAS DE CÁ

Sem produtos de outro hemisfério. Cenoura, alho francês, ovos, amêndoas, coentros, azeite e sal.


Picar coentros. Reservar.
Tostar a amêndoa laminada numa frigideira anti-aderente. Reservar.
Bater um ou mais ovos, aquecer azeite na frigideira e fritar. Reservar.
Cortar duas cenouras e um alho francês em juliana. Reservar.
Deitar um fio de azeite na frigideira e juntar a cenoura e o alho francês. 
Mexer continuamente, temperar de sal e retirar do lume antes das verduras amolecerem.
Colocar num prato fundo e juntar o ovo cortado às tiras.
Polvilhar com a amêndoa laminada e os coentros picados.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

DE ESTOPA E DE COTIM

Não mais comprarás carteiras...Tenho andado a testar alguns tecidos e modelos. Fiz este saco triangular, mas em miniatura e com forro (para perceber a lógica de construção da peça antes de me aventurar com tecidos mais dispendiosos) e estas bolsas (costurei umas quantas em ganga). Esta tote bag, de estopa e cotim, foi feita sem rede, isto é, sem seguir um único tutorial do princípio ao fim. Fui improvisando para um ou outro detalhe mas, quando as dúvidas surgiam, recorria aqui. O Purl Bee tem dos tutoriais mais explícitos que se encontram na internet. Explícitos e inspiradores. 
Costurar estopa na minha máquina de costura não é propriamente muito prático. Nem rápido. Quando tinha de passar a agulha em cima de cinco camadas de estopa nem o pé ia ao pedal. Mão no volante, muito devagar, para conseguir costurar as alças ao corpo da peça. Uma agulha partida foi a única baixa. 


A peça tem dois bolsos interiores feitos em cotim e dois micro bolsos do lado de fora. Já tinha tão pouca estopa que decidi aproveitar a ourela do tecido para o topo dos bolsos. Gosto do efeito, apesar de ser uma escolha pouco ortodoxa. E gosto especialmente da combinação dos dois tecidos. São discretos q.b. e a estopa tem aquele ar rústico que aprecio. Agora basta esperar que o tempo fique mais quente e seco que isto não é bolsa para andar debaixo de temporais.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

BEIROA EM PONTO DE ARROZ DUPLO

Andava a fazer este cachecol aos soluços desde meados do ano passado. Ontem, já com o último novelo a meio, deu-me a fúria. Para quem tricota com destreza, pode parecer irrisório mas, pela primeira vez, fui capaz de fazer carreiras sem olhar para as agulhas e sem me enganar. Contudo, ao contrário dos tecidos, com o tricot ainda não me arrisco a ir além dos cachecóis. Com pena minha, porque tenho lá para casa muita meada a precisar de destino. 


Com a Beiroa arrumada, finalmente posso começar a fazer o saco de ganga e estopa. E ganhar coragem para voltar à investigação (desta vez por minha conta, ainda que a tempo muito parcial) e expandir horizontes....

(As fotografias estão de fugir. O cartão da SLR morreu e tive de usar a máquina compacta.)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

SACOS DE RISCADO

Há uns tempos decidi dar destino aos retalhos, cortes e roupa desmanchada que acumulo lá em casa. Há panos para fazer lençóis de linho que a minha avó Jesuína me deu há mais de 30 anos, casacos de burel comprados há mais de 20 anos que já foram descosidos e estão prontos para novos destinos, amostras de tecidos que familiares, amigos e desconhecidos me foram dando e cortes que comprei mas aos quais ainda não dei forma. Trouxe para Lisboa meia dúzia dessas coisas e, entre o desconhecimento das técnicas mais básicas de costura (o que aliado a uma tendência incontornável para a distracção origina verdadeiras calamidades) e a vontade de fazer peças que tenham utilidade no dia a dia, vou dando destino aos panos.


Ontem, depois de ter lido este tutorial, optei por usar o que me restava de um pano de riscado (trazido de Cabeceiras de Basto) e fiz estes dois sacos para as compras de mercearia. Já tinha usado um pedaço para treinar costuras e fazer uma bolsinha onde levei, nestas férias, os utensílios necessários ao chamado picnic dentro do carro: saca rolhas, parte nozes descascador, facas e colheres. O tecido não é particularmente resistente (mais adequado para fazer camisas!), de modo que não suporta coisas tão pesadas quanto as laranjas da fotografia. Mas tem a vantagem de ser escuro e de não se notar a sujidade (sacos de compras em pano cru, nas minhas mãos, não funcionam).


Fiz, como não podia deixar de ser, algumas alterações ao modelo original, nomeadamente quanto ao posicionamento das alças. Um dos sacos fica comigo. O mais perfeitinho e maior vai directo para as mãos de uma amiga.


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O AVENTAL DE COTIM E RISCADO

Comecei por seguir as indicações destes aventais da Purl Bee. Mas, no decurso do processo, decidi fazer algumas alterações ao modelo original. Inicialmente, tinha pensado usar um dos dois tecidos de riscado comprados em Cabeceiras de Basto com a D. Benta. Mas o tecido pareceu-me demasiado frágil (e eu gosto de aventais encorpados), de modo que usei o riscado para fazer a parte de trás do avental e também para o bolso da frente. Como tecido principal, usei o cotim (também comprado na companhia da D. Benta). Não sou muito adepta de aventais floridos (embora tenha um fraquinho por tecidos com estampados miudinhos de flores) e prefiro opções lisas com cores que nunca me cansam: brancos, beges, azuis e castanhos.


Nas retrosarias da Figueira não encontrei fitas tão largas quanto as que queria. Nem argolas. E eu tinha pressa de fazer este projecto. De modo que optei por usar a fita sobreposta (pespontei nos dois lados a todo o comprimento) o que lhe conferiu mais grossura e resistência e tive de desistir de prender as tiras do pescoço com as argolas.
Já está a uso! Agora só preciso de decidir o que fazer aos retalhos de cotim e riscado: sacos para mercearia ou pegas de cozinha....


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

VOLTAR À ALDEIA

No caminho de volta, uma passagem pelo Museu dos Lanifícios na Covilhã, e uma visita não programada à aldeia das Donas em busca da família da minha avó materna. Não levei comigo o rascunho da genealogia que, em tempos, a avó Susana me ajudou a fazer, e a prima da minha mãe, Ana Pereira, que há muitos anos eu tinha conhecido nas Donas, já morreu. Soube-o junto à Igreja, um dos poucos lugares que o betão não desfigurou naquela terra. Uma aldeia que é hoje uma espécie de subúrbio descaracterizado do Fundão. Disse que era descendente de uma filha da terra e, em menos de cinco minutos, estava num café a falar ao telefone com uma senhora que, embora não sendo da minha família, foi capaz de dizer os nomes que eu ouvi tantas vezes nomear pela avó Susana. Damasceno. Na fotografia, do casamento da minha mãe, aparece o tio Damasceno, tio avô da minha avó Susana. E também a tia Ana, irmã da minha avó e que foi perceptora em Espanha. Fiquei com um contacto precioso que passei à minha mãe e que lhe permitirá reencontrar a família da minha avó.



E, no meio da conversa com as pessoas da aldeia, perguntei pela D. Maria, a última padeira da aldeia que entrevistei há quase 20 anos e com quem me estreei a fazer recolhas etnográficas. Levaram-me até ao Centro de Dia da aldeia. Chamaram-na e eu não a reconheci num primeiro olhar. Nem ela a mim. Mas depois ouvi-lhe a voz e lembrei-me. Disse-lhe que era neta da Susana Pereira e, logo de seguida, vieram-lhe as memórias em catadupa. Lembrava-se de mais detalhes dessa minha estadia nas Donas para registar o saber dos bolos de azeite do que eu. Passaram tantos anos, mas ela continua a lembrar-se que eu me levantava com ela, ainda de madrugada escura, para bater os muitos ovos que levavam os 25 quilos de farinha de cada fornada de bolos. E ali ficámos, muito tempo, a olhar uma para a outra, a comprimir numa hora duas décadas de vida e a prometer uma nova visita na Páscoa.  

sábado, 4 de janeiro de 2014

NO NEVOEIRO


(Sortelha)

Os últimos de 2013 e os primeiros dias de 2014 passados em viagem por aldeias escondidas pelo nevoeiro. Algumas, cada vez mais vazias de pessoas e de vida. Casas fechadas e enterros dos velhos que ficaram. Paisagens escondidas do olhar em Sortelha e Monsanto. Não é bom tempo para vir cá, disseram-nos repetidamente. Fica a promessa de voltar com o céu azul. 

(Sortelha)

(Monsanto)

Acerca de mim

A minha foto
Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
Instagram

Seguidores