domingo, 27 de abril de 2014

COMER, COMER

 Melhor iogurte português com framboesas e favos de mel.

 Dosas.

 Chutney de manga feito nas aulas de cozinha.

Ricota de kefir de Moscovo com cebolinho, malaguetas e zest de limão.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

segunda-feira, 14 de abril de 2014

HAMBURGUERS DE GRÃO DE BICO COM MOLHO DE MORANGO E MALAGUETA


Depois de, no sábado, ter ido almoçar a um restaurante vegetariano de Lisboa,  tinha pensado escrever sobre a aposta que alguns (muitos?) restaurantes do género fazem numa oferta alimentar fortemente suportada em duas coisas: seitan e soja (seja tofu ou PTS). Neste, em particular, era impossível comer sem ter uma das duas no prato. Ainda para mais porque a carta se restringe, para além da sopa, das bebidas e das sobremesas, a três pratos diários. Não vou discorrer sobre esta experiência em particular. Desconsola-me, no entanto, constatar que não se considere construir uma carta sem seitans e sem soja. Comparativamente, encontro opções muito mais interessantes em blogues vegetarianos nacionais. Não sei se nos outros países o panorama é semelhante. O último que visitei, em Copenhaga, era péssimo a todos os níveis: atendimento e comida. Tenho uma especial curiosidade em conhecer este, em Londres. Reparem no menu...sem seitan e sem tofu. Comprei, já há alguns anos, o livro que editaram e que está no top 5 dos meus livros de culinária vegetariana. Fica-se com vontade de fazer todas as receitas. Todas!

Há-de vir agora na bagagem para Lisboa. Esse, os do Kurma Dasa, mais este e mais este. Enquanto não os vou buscar, inventam-se mais umas receitas e adaptam-se outras que se vão aprendendo no curso. Desta vez decidi fazer hamburguers de grão de bico com molho de morango e malagueta. Um dos erros comuns ao se confeccionar hamburguers vegetarianos consiste em incorporar a cebola crua no preparado. Isto implica que o travo a cebola permanece no hamburguer depois de cozinhado. Mesmo que se goste muito de cebola, o resultado final fica comprometido. O mais correcto é fazer um puxado (refogado/estrugido) de modo a amenizar o sabor intenso quer da cebola, quer do alho. Não usei um dos ingredientes que aparece opcional na receita - as sementes de girassol - que conferem textura aos hamburguers, melhorando-os.
O molho de morango e malagueta foi adaptado de uma receita que aprendemos no curso. Substitui vinagre por sumo de limão e açúcar por mel. Diria que o resultado ficou melhor que a receita original.
Podem servir-se os hamburguers apenas com o molho agri-doce ou acompanhados de uma salada de alface, maçã e canónigos.


Hamburguers de grão de bico
Ingredientes
1 lata de grão de bico (das grandes)
1 cenoura picada grosseiramente
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
1 pedacinho de gengibre picado
1 raminho de manjericão
1 ovo
3 colheres de sopa de farinha de grão de bico
2 colheres de café de cominhos em pó
1 colher de café de cúrcuma
flor de sal qb
azeite qb
(opcional - 3 colheres de sopa de sementes de girassol tostadas)

Preparação
Fazer um puxado com o azeite, a cebola, os alhos, o gengibre e as especiarias. Reservar.
Numa taça, colocar o grão de bico escorrido e juntar o ovo batido, o manjericão, o puxado e suficiente farinha de grão de bico para a mistura se tornar moldável. Rectificar os temperos.
Levar ao frigorífico por 30 minutos (no mínimo).
Com as mãos untadas de azeite, moldar os hamburguers e dispô-los num tabuleiro untado com azeite. Levar ao frigorífico por 1 hora (no mínimo) para o preparado solidificar.
Numa frigideira anti aderente (de preferência de cerâmica) colocar um pouco de azeite e levar a lume baixo. Quando o azeite já tiver aquecido, dispôr os hamburguers. Deixar cozinhar até ficarem dourados de um lado e depois virar para cozinhar o outro lado.

Molho de morango e malagueta
Ingredientes
1 dl de água
1/2 dl de sumo de limão
2 colheres de sopa de mel
10 morangos
1/2 malagueta fresca (sem sementes e sem os veios interiores)
flor de sal qb

Preparação
Num tachinho colocar todos os ingredientes e levar a lume baixo até os morangos ficarem quase desfeitos e o líquido ter reduzido de volume. Triturar com a varinha mágica e voltar a colocar o preparado no lume apenas para ferver brevemente.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

COZINHAR, COZINHAR, COZINHAR

Habitualmente, faço o jantar antes de preparar o meu pequeno almoço e de decidir o que vou cozinhar para o almoço. Por norma, às 9h da matina, já o jantar foi despachado e devidamente acondicionado. Meia hora depois, está o pequeno almoço terminado. O almoço é tomado muito cedo - em horário de creche - porque tenho uma longa caminhada pela frente até chegar às aulas de cozinha. Nunca como muito, nem coisas especialmente pesadas. Hoje, para gastar os brócolos, fiz um puré que enriqueci com sementes tostadas de girassol e de abóbora. Para acompanhar, uns palitos de batata doce cozinhada a dois tempos, isto é, cozidos al dente e depois fritos em azeite com cúrcuma e pimenta preta. São bons acabados de fazer - perdem rapidamente o crocante - e polvilhados com flor de sal.


Na aula de hoje fizemos algumas saladas. Com a salada russa, a minha equipa decidiu executar dois empratamentos porque tínhamos preparado os diversos ingredientes em duas versões do corte macedónia. Uma versão mais fiel às medidas originais (e que produz muito desperdício) e uma outra versão que aproveita as formas naturais dos ingredientes e tenta, simultaneamente, obedecer às medidas originais. 
Enquanto o Nuno batia a maionese de gemas com o garfo e já se torcia de enfado (a culpa é minha porque o convenci que a maionese batida com o garfo e só com gemas é infinitamente melhor que a versão fajuta da maionese feita com a varinha mágica e ovos inteiros), a Ana aplicava-se no corte rigoroso da maioria dos ingredientes. A mim calhou-me a cenoura. Versão pipi e versão não ao desperdício.  
A Ana tratou de fazer o empratamento clássico que foi prontamente degustado por uma das funcionárias da ACPP. Eu apliquei-me na versão desconstruída da salada russa. Com coraçõezinhos de alface. Ficou assim. Há um longo caminho a percorrer...

terça-feira, 8 de abril de 2014

MOLHO DE ALHO

Ontem, tivemos uma das melhores aulas de cozinha desde que começámos o curso. Foi dia de molhos. É certo que já tínhamos tido uma aula em que abordámos o assunto e preparámos algumas versões. Mas foram molhos confeccionados com demi glace, ou seja, um molho base feito a partir de ossos, carnes e vegetais esturricados. Coisas para serem usadas com bifes e, consequentemente, fora do meu raio de acção.
Molho holandês, molho de mostarda, molho bearnês, molho de laranja, molho de brócolos, molho de alho, molho pesto, molho de morangos e vinagrete. E mais 400 coisas para acompanhar os molhos. Resumindo, muito molho com aplicações na minha cozinha.
Um dos molhos que mais nos agradou foi o molho de morangos. Primeiro estranhámos o sabor - um agridoce diferente - mas depois ficámos totalmente conquistados com a mistura de malaguetas e morangos. 


Hoje, decidi fazer um dos molhos, o de alho, para acompanhar a beringela salteada, os legumes branqueados e o pão sem glúten de cúrcuma e sementes de girassol. É um molho, segundo nos ensinaram, que também funciona muito bem com bacalhau confitado e em conjugação com o molho de brócolos. 

Ingredientes
4 dentes de alho
leite qb
sal e pimenta qb

Preparação
Fervem-se os dentes de alho por três vezes. Isto significa que após cada fervura se descarta a água e se usa, para a nova fervura, água nova.
Depois, escorre-se a água e, num copo misturador, junta-se um pouco de leite, sal e pimenta e tritura-se tudo. O molho deve ficar com alguma consistência (como uma maionese branda).


sexta-feira, 4 de abril de 2014

MANTEIGA DE AMÊNDOAS E TÂMARAS


Quando ontem à noite deixei as amêndoas de molho em água morna, tinha o propósito de fazer o habitual leite de amêndoas hoje de manhã. Nada de especial. Tarefa rotineira. Pelar, triturar, juntar água, triturar mais um pouco, coar, guardar uma parte e beber a outra. Mas depois, com os pensamentos perdidos no impossível, deixei a Bimby bombar mais tempo que o habitual e a amêndoa transformou-se numa pasta de uma macieza doce. Provei e juntei-lhe algumas tâmaras medjool para a doçura ser ainda maior. Tinha um massapão inesperado na minha cozinha. 
Um massapão que agora uso para fazer leite de amêndoas. É muito mais prático. Basta misturar uma colher de sobremesa deste massapão/manteiga com um copo de água mineral e habemus almond milk. Também se pode comer à colherada :)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

BRIGADEIROS DE ALFARROBA E AMÊNDOA

Hoje foi dia de levar um mimo para os colegas do curso. A sopa de lentilhas palestiniana fica para segundas núpcias que é coisa que me obriga, primeiro, a ir comprar um super termo. Antes, ainda lhes quero levar umas empadas sem glúten recheadas com cogumelos e um bolo cru de cenoura.
Já aqui tinha colocado uma receita semelhante a esta: a dos burfis de alfarroba e avelã. Estes, foram feitos ontem à noite e terminados hoje de manhã antes de sair para a aula. Fazem-se do mesmo modo que os brigadeiros convencionais. Mistura-se manteiga, alfarroba em pó e leite condensado, mexe-se com determinação até fazer ponto estrada. Depois da massa solidificar, moldam-se bolinhas e rolam-se em amêndoa triturada e torrada.


Marcharam todos. Depois de uma tarde a fazer rissóis de camarão, croquetes, pastéis de bacalhau, pastéis de massa tenra e empadas de galinha. Jejuei até chegar a casa e comer o keffir com tâmaras :)



quarta-feira, 2 de abril de 2014

45 + 5 + 45 + 5

(talassas de leite de coco e araruta com nozes e tâmaras caramelizadas)

45 + 5 + 45 + 5. Esta pode ser a fórmula que traduz a minha vida no último mês. São 45 minutos de caminhada de casa à ACPP. Depois, faço 5 horas de cozinha. No caminho de volta, outros 45 minutos. Cinco dias por semana. 
Nestes últimos dias temos estado dedicados às sopas, aos molhos e aos fundos. E com tanta sopa e molho para provar durante a tarde, chega-se a casa e a única coisa que apetece é uma infusão ou uma peça de fruta. Depois, há que passar os apontamentos para o computador e pesquisar online sobre o que aprendemos e o modo como se transformam/adaptam as receitas que nos são ensinadas em formatos mais adequados ao tipo de cozinha que se quer vir a praticar. E esse é um dos exercícios que mais gosto de fazer.
Trabalhamos normalmente em equipas o que obriga a gerir conflitos, a fazer cedências (o paladar é uma coisa tão pessoal...), a evitar confrontos. Vamos encontrando, entre os 15 colegas, aqueles com quem mais gostamos de trabalhar, com quem estamos em sintonia. Por vezes, mesmo quando os chefs não nos pressionam com o tempo, ensaiamos a pressa do serviço para perceber como lidamos com a mesma. Outras vezes, somos assaltados por inseguranças parvinhas. Há uns dias, perante um molho béchamel que teimava em não engrossar, em vez de subirmos a temperatura, ficámos ali, tontinhos, a olhar para a panela sem fazer nada!
Quase todos cozinham de forma regular; uns quantos trabalham, ou já trabalharam, na restauração e/ou refeitórios. Essa experiência permite executar muito mais rapidamente as fichas técnicas que os chefs nos dão. Por vezes, sobra-nos tempo no final da aula. Hoje, até deu para preparar uma patuscada com cogumelos shitake. 
Embora o estágio não seja obrigatório, é fortemente aconselhado pela direcção da ACPP. É esse estágio que nos irá permitir ganhar experiência em contexto real e aceder a um mercado de trabalho fortemente competitivo. Uns sonham em trabalhar em cozinhas de grandes cadeias de hotel, outros pretendem construir o seu negócio (em Portugal ou no estrangeiro). Eu, por agora, só tenho uma certeza: estagiar numa cozinha vegetariana. E agora vou ali fazer uns brigadeiros de alfarroba para os colegas :)


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Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
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