Estas meias (e a minha mãe a servir de modelo) são um dos cinco modelos que, desta última vez, encomendei à D. Benta para a exposição "Os panos que a casa dá. Trajes de Barroso". Da última vez que lá tinha estado, trouxe três pares de caturnos todos em lã bege. Agora, vieram caturnos em lã meirinha moira (castanha), dois pares de meias e uns miotes.
Pedi-lhe umas meias como as que ela usou em solteira e iguais às que a mãe dela e a avó - a mãezinha - costumavam usar. Perguntou-me se queria que tivessem carreirão. O carreirão, tal como a Rosa explica aqui, é uma linha vertical, a todo o comprimento do cano, onde
cada volta do trabalho se inicia.
Esta linha permitia saber se a peça estava corretamente
calçada. As mulheres avisavam-se mutuamente quando a costura não estava centrada: Olha que tens o carreirão torto! Não havia espelhos e as mulheres eram os espelhos umas das outras!
Que lindas que são, Daniela!
ResponderEliminarLindas!
ResponderEliminarAfinal, irei brevemente ao MAP.
É notável a história do carreirão, ainda bem, que se a evoca, para minimizar este terrível esquecimento que nos cerca.
A fotografia ficou muito bem, quer pelas meias bem calçadas, quer pelo cenário bucólico.
Detalhe, que assinalo, apenas como curiosidade de observação, de desenho anatómico, é que este carreirão se projecta no enfiamento do vinco de inserção lateral-anterior do bíceps, talvez o que separa a cabeça longa, da cabeça curta do bíceps. Se não fosse pela fotografia, em abstracto, seria levado a julgar, desenhar como divisão, na bissectriz da cabeça longa do bíceps da coxa... Ai carreirão, carreirão, só tu!
Rosa, é obrigatório que conheças a D. Benta :)
ResponderEliminarjorge, lá o esperaremos a partir do dia 29 de junho.