Num dos serões passados em casa da D. Benta (serão à lareira porque estava um frio de rachar!) tive direito à explicação do processo da barrela dos linhos, das estopas e dos tomentos. No fundo do cortiço barreleiro começava por se depositar um liteiro. De seguida, colocava-se a roupa do corpo e da casa bem dobrada de modo a que coubesse o maior número possível de peças. Por cima, um novo liteiro aberto e com as pontas de fora. Sobre este liteiro peneirava-se a cinza do carvalho. Não podia ser usada outra cinza sob pena de se manchar a roupa. Fechava-se o liteiro dobrando as pontas para o centro de modo a impedir que a cinza saísse.
Ao lume havia caldeiros com água a ferver que se iam deitando sobre o cortiço. Sabia-se que a barrela estava pronta quando a água em baixo saísse tão quente quanto tinha entrado em cima, ou seja, a ferver.
Depois, no tanque ou no rio, lavavam-se as peças com o sabão. Era uma lavagem rápida, não apenas para poupar no sabão mas também porque a barrela já tinha retirado a sujidade à roupa. A barrela também tinha a vantagem de matar a bitcharada, piolhos e percevejos, e fazer com que a roupa aguentasse mais tempo com bom cheiro.
(Foto cedida por à Casa do Capitão - Ecomuseu de Barroso por Maria da Conceição Lopes de Carvalho)
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