segunda-feira, 14 de outubro de 2013

ESPARGUETE DE COURGETE COM MOLHO AGRIDOCE



Comecei a fazer esparguete de courgete lá pelo ano de 2007. Nessa altura vivia numa casa insalubre em Chaves e estava a fazer o terreno para o meu doutoramento sobre a cultura alimentar no concelho. Meses antes, ainda em Lisboa, tinha começado a ler sobre crudivorismo e começava a acumular livros sobre raw food comprados (de forma quase bulímica) na Amazon. Mergulhar na comida crua, em Chaves, em pleno inverno e numa casa onde o frio era mais intenso do que na rua, não foi propriamente muito animador (e inteligente)...mas, desde então, adotei algumas receitas crudívoras na minha alimentação do dia a dia. Porque gosto dos sabores, porque as comidas cruas me fazem sentir mais leve e para equilibrar alguns excessos que por vezes cometo. 
Por exemplo, no congelador jaz um belo pedaço de bolo de noiva. Pão de ló de chocolate, recheado de mousse de chocolate e frutos silvestres e SEM cobertura de pasta de açúcar é coisa a que dificilmente resisto. Ainda mais porque saiu exatamente como o idealizei (obrigada Encontrus!).
Na altura não tinha spiralizer - ainda não tenho :( - mas o descascador de legumes com dentes (deve haver uma designação mais apropriada para isto) permite obter razoáveis resultados. Uso a técnica da Danielle para retirar o excesso de água ao esparguete, ou seja, seco no forno até perder grande parte da sua humidade. Deixei de recorrer à técnica de escorrer os fios de courgete no passador. Era uma espera inglória. Ficava sempre água suficiente para empapar o resto dos ingredientes no prato.
Bom, desta vez optei por fazer o esparguete de courgete com ananás cozinhado num molho agridoce. Já tinha feito outras experiências com molhos agridoces mas crus e não fiquei tão satisfeita, talvez por o resultado final me parecer sempre pouco consistente. 
Este molho agridoce permite dotar o esparguete do sabor de que a courgete carece. Assim como as amêndoas e sementes de abóbora tostadas em óleo de côco conferem ao prato a dimensão crocante necessária para equilibrar a textura mole da courgete. Vamos à receita? As quantidades são para uma pessoa. À noite cozinha-se para dois ;)


Ingredientes
Uma courgete

Ananás com molho agridoce
Uma taça almoçadeira de ananás cortado aos cubinhos
5 colheres de sopa de azeite
Umas gotas de piripiri (depende do gosto de cada um, mas eu costumo carregar no picante!)
1/2 colher de sobremesa de cúrcuma
3 colheres de sopa de xarope de ácer (também podem usar mel, mas o sabor não é tão bom)
flor de sal qb

Tostada de amêndoas e sementes de abóbora
3 colheres de sopa de sementes de abóbora
3 colheres de sopa de amêndoas com casca
2 colheres de sopa de óleo de côco
flor de sal qb


Preparação
Descascar a courgete e com o spiralizer ou o descascador de legumes dentado fazer o esparguete. Descartar o interior da courgete onde se alojam as sementes. Forrar um tabuleiro com papel absorvente e colocar o esparguete de courgete. Levar ao forno até secar. O tempo de secagem é variável. Fornos com ventilador fazem o serviço num ápice. 

Para fazer o ananás com o molho agridoce, colocar num pequeno tacho todos os ingredientes, com exceção do ananás, e levar ao lume até levantar fervura. Nessa altura juntar o ananás e, em lume médio a forte, deixar cozinhar até caramelizar, mexendo com frequência. O molho deve ficar espesso e os cubos de ananás tostados nas arestas.

Para a tostada de amêndoas e sementes de abóbora colocar todos os ingredientes num tachinho e levar a lume forte até os frutos secos e as sementes ficarem bem tostadas.

Empratamento
As minhas preferências vão sempre para a separação dos diferentes componentes no prato. A mistura de sabores e de texturas é um processo muito individual. Há quem goste de misturar tudo antes de começar a comer, ou quem prefira ir fazendo misturas seletivas no garfo ou já na boca. Pertenço à segunda tribo.

2 comentários:

  1. As suas fotografias são sempre uma delicia. :) Quem me dera ter paciência para poder cozinhar assim, e que bem que me fazia. :)

    Boa semana e bons pratos!

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  2. Obrigada, Alice :)
    Este prato não é nada complicado e é bem rápido de se fazer! É mesmo uma questão de nos habituarmos a novos ingredientes e procedimentos!

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Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
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