Há dois anos eu fazia granolas assim. Depois comecei a seguir fielmente este blogue e este (bom, e muitos outros que têm orientações semelhantes). As explicações sérias, fundamentadas e detalhadas destes dois investigadores sobre os alimentos que nos fazem bem e mal levaram-me a grandes alterações em relação à comida que passei a colocar no prato. Não me tornei fundamentalista, não encaro a nova forma de me alimentar como uma dieta, mas sim como um estilo de vida que passou a fazer muito mais sentido e que me faz sentir muito melhor.
Não como cereais, com exceção do arroz, ainda que pontualmente. A sensação de inchaço e as dores nas articulações desapareceram por completo quando excluí o glúten da minha cozinha. Abro exceções, claro. O casamento foi uma delas :) Mas também percebi o impacto negativo que esses alimentos tinham no meu organismo. E as exceções são isso mesmo: exceções. E não são as exceções que nos fazem mal, são os hábitos quotidianos, o acumular de asneiras dia após dia.
Cortei nos açúcares, com exceção do açúcar de côco (ainda em análise...) e do açúcar naturalmente presente nas frutas (já agora, sobre o impacto da frutose no organismo, ler isto e isto, só para começar). Não foi difícil, ao contrário do que esperava, o processo de adaptação e de exclusão dos doces da minha alimentação. Na verdade, passados dois anos, deixei de apreciar alimentos excessivamente doces (chocolate, só com 70% de cacau) que, aliás, me provocam dores de cabeça.
Para quem corta nos cereais, talvez o mais difícil seja decidir o que comer ao pequeno almoço. Parece não haver alternativas. Sem pão, sem cereais de pacote carregados de açúcar, sem biscoitos e bolachinhas fica-se convencido que se vai passar fome! Confesso que no início esta foi a minha principal dificuldade. Durante muito tempo comi fruta, apenas fruta, em forma de batido, sumo ou salada. Era claramente insuficiente, pois após duas horas estava com uma fome de gladiador! Continuo a comer fruta, mas junto com a fruta consumo um ovo escalfado, algum queijo e manteiga.
Por vezes, apetecem-me outras coisas como granola com leite de côco (caseiro, naturalmente). A granola que faço agora já não leva cereais. Não tem açúcar adicionado (apenas aquele que está naturalmente presente nos ingredientes usados e que já não é pouco), é bastante densa e pouco doce. Resumindo, esta granola deve ser consumida com moderação. Uma colher de sopa bem cheia com uma taça de leite de côco e frutas silvestres já me deixa mais do que satisfeita.
A receita é composta por duas partes: uma base e um composto aglutinador. A base tem uma mistura de amêndoas, nozes e caju, mas podem usar outros frutos secos como avelãs, macadâmias, nozes pecan. O composto aglutinador é aquele que permite colar os ingredientes da base. Utilizei bananas, tâmaras e óleo de côco, mas há quem prefira usar, também, manteiga de amêndoa ou avelã.
Ingredientes
2 chávenas almoçadeiras de amêndoa sem casca
2 chávenas almoçadeiras de miolo de noz
2 chávenas almoçadeiras de caju cru
1 chávena almoçadeira de uvas passas
1 chávena almoçadeira de côco ralado
6 bananas pequenas
1 chávena almoçadeira de tâmaras Medjool (cerca de 17 unidades)
1/2 chávena almoçadeira de óleo de côco (aproximadamente 3 colheres de sopa muito bem cheias)
Preparação
Primeiro, a base. Na Bimby (ou noutro robot de cozinha) triturar grosseiramente a amêndoa, a noz e o caju. Retirar para uma taça grande e juntar o côco ralado e as uvas passas.
Para a cola processar as bananas, as tâmaras previamente demolhadas duas horas e o óleo de côco até obter uma pasta homogénea. Juntar esta pasta ao preparado anterior e envolver bem.
De seguida, colocar num tabuleiro e levar ao forno até a granola secar. Os tempos são variáveis dependendo do tamanho do tabuleiro e do facto do forno ter ou não ventilador. De qualquer forma, a mistura deve ser revolvida com alguma frequência para evitar que queime. Eu prefiro optar por manter a temperatura do forno mais baixa e ligar o ventilador. Isso permite-me menor vigilância e menos reviravoltas da mistura enquanto o processo dura.
Para guardar a granola, escolho sempre recipientes de vidro herméticos e o frigorífico de modo a evitar alterações de temperatura que possam prejudicar o tempo de vida consumível do produto.
Bom apetite!
Convenceste-me! Estou a comer tudo com os olhos....
ResponderEliminarVou deixar as torradas banhadas em manteiga açoreana e o chá preto com leite.
Não eras tu que não conseguias viver sem pãozinho?! Sem torradinhas a escorrer manteiga? ;)
ResponderEliminarOu os estudos científicos dos teus colegas convenceram-te? :)
Vou hoje para cima!
E vai ser difícil, muito difícil....
EliminarVamos à Emanha amanhã ou domingo? Lá não há pão com manteiga!