Muitas papinhas de tapioca comi quando era criança. Também comi muitas papinhas de aveia, embora abominasse aquela mixórdia com sabor a papel de parede. Mas a minha mãe insistia em fazer porque o meu irmão adorava. Muitos anos depois, tentou recuperar o hábito quando o meu sobrinho era miúdo. Não sei o que se passa com os homens da família que gostam destas comidas...
Isso e a sopa de cenoura dos mortos (era assim que eu chamava ao creme de cenoura insípido que a minha mãe fazia e que polvilhava de ovo cozido para parecer menos horroroso). Apre que há sabores que nos traumatizam!
Hoje decidi fazer uma outra versão de papinhas de tapioca. Usei leite de coco caseiro (receita aqui) com canela e baunilha para ficar mais aromático. Não usei qualquer tipo de adoçante, mas admito que, para quem não está habituado, o resultado final possa ser difícil. Formas de resolver isto? Triturar tâmaras (medjool) e adicionar, servir com gelado de banana (basicamente banana congelada e triturada na hora - demonstração em breve), usar açúcar de coco ou um pouco de mel.
As framboesas que usei (congeladas e que rapidamente deixaram de o estar em contacto com a tapioca acabada de sair do lume) podem ser substituídas por qualquer outro tipo de fruta (creio que funciona melhor com fruta com uma certa acidez, mas é um questão de gosto pessoal).
Ingredientes
Uma chávena de tapioca hidratada (deixei em água durante a noite no frigorífico - descartei a água antes de usar)
Duas chávenas de leite de coco
Meia vagem de baunilha aberta ao meio
Um pau de canela
Um punhado de framboesas
Preparação
Levar a lume baixo a tapioca hidratada com o leite de coco, a baunilha e a canela. Deixar ferver, mexendo com regularidade (caso contrário a tapioca fica colada ao fundo do tacho) até as pérolas de tapioca ficarem translúcidas. Retirar do lume e adicionar o adoçante desejado.
Servir com fruta fresca .
Gosto muito de mingau (até do de aveia) e de tudo que leva framboesas! Acho que precisaria de um toque doce, nada muito forte, mas alguma coisa no mingau que contrastasse com o sabor ácido das framboesas. Eu também tenho os meus traumas alimentares de infância, um deles é qualquer coisa que se assemelhe a arroz malandro (gosto de risoto pois a parte líquida é mais cremosa, mas não muito, depende do dia). Porque eu não tinha muito apetite quando era criança e o meu pai não me deixava sair da mesa até limpar o prato, o arroz ficava ali, esfriando e boiando nos sumos da salada (principalmente a de pepinos), e eu comia aquela sopa fria, sentindo os grãos de arroz na garganta, um horror... A primeira vez que pedi arroz de polvo em Portugal o meu coração afundou, mas aprendi a lição :-).
ResponderEliminarBeijinhos!
Dani, tens toda a razão em dizer que o mingau precisava de um "adoçador" de boca :) A verdade é que em casa eu só tinha opções pouco saudáveis as quais evito ao máximo (não me tinha ido abastecer de tâmaras nem de mel quando decidi fazer o mingau e fiquei com preguiça de usar as bananas que tenho no congelador). De modo que optei por manter o mingau limpinho :) Para mim não é problema (coisas excessivamente doces enjoam-me), até porque o leite de coco deu-lhe um toque adocicado. Não muito, mas o suficiente para mim. Embora eu não seja aquele tipo de pessoa que vê a luz quando bebe um suco verde :)
EliminarO meu maior trauma alimentar de infância reside numa coisa fantástica que nos davam no jardim escola: pescada queimada afogada em molho de tomate. Eu não sei o que raio acontecia nos dias em que a cozinheira decidia fazer aquela comida. Mas ela deixava sempre queimar a pescada no fundo do tacho e aquilo ganhava um sabor pavoroso. Tinha vontade de chorar de cada vez que me serviam aquela nojeira. Mãezinha nunca gostou de cozinhar mas, como é perfeccionista, sempre fez comida saborosa. Com a bitola alta, a comida do jardim escola ainda devia parecer pior do que na realidade era. As lulas cozinhadas com natas e tomate também é coisa que sempre me ficou atravessada na boca e não descia. Ainda hoje me horroriza o cheiro daquela comida. E ver mãezinha e mate a gabarem aquilo em uníssono?! São dois aliens.
Beijinhos!
O seu mingau, parece delicioso. Vou experimentar.
ResponderEliminarOs flocos de aveia bio (de boa qualidade), cozidos em leite com casquinha de limão, com uma colher de natas de soja misturada, ficam muito bem.
Decoram-se com uma dose de frutos do bosque ou outros.
Olá Majo :) Ora aí estão duas coisas que eu retirei da minha alimentação. O cereal que continuo a comer com alguma regularidade (entenda-se que regularidade, no caso expecífico dos cereais, significa uma a duas vezes por semana), é o arroz. O resto só entra na boca quando os impostos baixam (vá, quando anunciam que os impostos vão baixar). Em relação à soja, as únicas versões que consumo são os fermentados (como o tempeh). Agora, a casquinha de limão tem lugar cativo na minha cozinha :)
ResponderEliminarOlá Ni, uma perguntinha: Esse mingau foi feito com aquela tapioca granulada? Estou a começar agora a experimentar a farinha de mandioca nas suas várias texturas e comprei uma tapioca granulada que não sei muito bem como usar. Obrigada
ResponderEliminarIsabel
Olá Isabel :)
EliminarExactamente! É mesmo essa tapioca de pérolas :)
Obrigada :)
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