quinta-feira, 5 de maio de 2011

MONSANTO, 1938

Já identifiquei, no âmbito da coleção das fotografias que integravam a museografia original do MAP, três exemplares que são relativos à aldeia de Monsanto, vencedora do Concurso da aldeia mais portuguesa de Portugal. As duas primeiras que aqui são mostradas, já estão devidamente digitalizadas pela DDF.
São, à semelhança das fotografias que tenho vindo a mostrar, fotogramas do fime o Concurso da aldeia mais portuguesa de Portugal (ou de passagens que depois não foram aproveitadas na montagem final).


A segunda imagem pertence a uma parte do filme que ilustra a saída da missa, na qual, as mulheres são protagonistas. Muitas dessas mulheres trajam com mantilha de pano preto, de lã ou seda, armada com cartão na parte superior, tal como a rapariga que aparece nesta imagem.


É, aliás, um dos trajes que foi ilustrado por Carlos Botelho no Mural da Sala das Beiras no Museu de Arte Popular. Em baixo, detalhe do referido mural onde se podem ver duas mulheres, junto à Torre de Lucano de Monsanto, envergando o referido traje.


No detalhe do Mural de Carlos Botelho é também possível ver-se, à esquerda e junto das ramos da árvore, uma ilustração das celebrações da Festa da Nossa Senhora do Castelo (Festa da Nossa Senhora das Cruzes).
Segundo as palavras de Augusto Pinto, ditas por Estêvão Amarante no filme do Concurso da Aldeia mais portuguesa de Portugal:
"Também não há palavras para descrever a Romaria da Santa Cruz no terreiro do castelo quando bailam as virgens de Lusa, um velho bailado helénico, toucadas de rosas brancas".


Esta última fotografia mostra, precisamente, um dos aspetos da Romaria de Santa Cruz. Na parte que não está irremediavelmente danificada (em baixo, centro-esquerda da imagem), pode ver-se um grupo de homens e de meninas, vestidos de branco, que terão servido de inspiração para Carlos Botelho pintar este detalhe no Mural da Sala das Beiras.
Para memória futura: esta fotografia, que ainda não seguiu para a DDF para ser digitalizada, foi descoberta no edifício quando a atual equipa começou a trabalhar no MAP. Sossega-me, apesar de tudo, o facto de ser possível reproduzir esta imagem a partir do filme. Mas inquieta-me a forma como se continua a tratar o património neste país.

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