Se há universos que devem ter fascinado o António de Menezes quando em 1938 recolhia imagens do Concurso da aldeia mais portuguesa de Portugal, a ourivesaria tradicional portuguesa deve ter sido um deles.
Abundam os planos de raparigas com o colo coberto de cordões, corações e medalhas. Numa clara performance para as câmaras, jovens descalças conduzindo a junta de bois, exibem o ouro que, habitualmente, só usariam em dias de festa.
A Manhouce (primeira fotografia) e a Vila Chã (segunda fotografia) pertencem estas duas imagens. Se no primeiro caso é possível perceber quem é a rapariga através das outras fotografias da coleção (veja-se o post anterior e atente-se na rapariga do centro da segunda imagem), no segundo caso, só a visualização do filme permitiu conhecer a jovem. Sorrindo envergonhada para a câmara :)
O Coração de Viana, em prata dourada, à esquerda da imagem, é a peça mais antiga que tenho. Herdei-a da minha avó paterna, filha de ourives, que a usou apenas como complemento do traje de minhota que vestiu com 6 anos de idade. Os brincos à Rainha e a pregadeira são peças muito mais recentes e (ainda) sem história.
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