Nem todas as vacas dão leite que sirva para fazer manteiga. Na Casa do Tomás, na Reboreda, havia sempre uma vaca alinheira que dava um leite mais gordo e, por essa razão, era a escolhida para depois se fazer a manteiga.
Como em muitas outras casas, a confeção tradicional da manteiga deixou de ser uma prática e passou a ser uma memória.
Embora fosse com o intuito de aprender a mungir, a barrosã era bravia e foi preciso segurar-lhe os cornos para ela se deixar ordenhar, enquanto o bezerro mamava. Foi assim uma ordenha de fugida. Horas antes, em Paredes, uma senhora sabendo o que eu ia fazer explicou-me que o truque está na pressão que se faz com o dedo mindinho no fim do movimento descendente exercido na teta.
Claro que tinha imaginado uma vaca pacífica a comer feno enquanto eu, sentada num banquinho de madeira, a ordenhava com mestria. Mas uns coices prévios fizeram-me adiar o exercício.
Vou esperar, pacientemente, que duas das outras vacas que estão quase a parir me permitam a experiência.
Mungida a vaca, D. Ana coou o leite morno e depois mostrou-me o prato e a belíssima forma de manteiga que era usada para marcar as bicas.
olá ni,
ResponderEliminarpode explicar, por favor, em que consiste «marcar as bicas»?
Olá Vasco
ResponderEliminarMarcar as bicas significa usar formas, como a que aparece na terceira imagem, para marcar a manteiga confecionada artesanalmente. Chamam-se bicas de manteiga porque ficam com a forma dos pães que têm esse nome.
Pode ver aqui mais informação: http://umaovelhanoquintal.blogspot.com/2011/08/bicas-e-formas-de-manteiga-em-salto.html