Depois de quatro meses de terreno intenso, entrei agora numa nova fase do projeto. Rever as centenas de páginas de entrevistas transcritas, apurar a grelha de análise para cada tema, voltar ao terreno para completar o que falta para cada tema e iniciar os temas que ainda não tinha sido possível desenvolver.
Hoje, no Pólo de Salto do Ecomuseu, a Dina e eu dedicámo-nos a fazer o molde de uma das capas de burel que integra o acervo. Não tendo qualquer experiência de costura, o que dificultou a tarefa e, sem equipamento adequado, houve que improvisar. Amanhã continua-se.
Já não existem alfaiates que talhem estas capas. Morreram e mesmo quem trabalhou com eles durante longos anos (mas que não talhava) afirma não ter conhecimentos para o fazer. Contudo, o sr. Francisco da Tabuadela, que chegou a ser, ainda que por muito pouco tempo, aprendiz de alfaiate diz que talvez seja capaz de talhar uma capa a partir de uma outra capa.
Esta que aparece nas imagens é composta por quatro partes. Não tem, ao contrário de uma outra capa que por lá existe, remendos. As costuras que unem os dois panos inferiores são bastante visíveis (ao contrário, por exemplo, da capa que a D. Benta já me mostrou).
A Tânia posou com a capa para que fosse possível fotografar com maior detalhe a forma triangular do carapuço. O lado da frente do carapuço é debruado com tecido preto e esse debrum prolonga-se até ao nível do peito.
Em baixo, detalhe do debrum (frente e verso) da parte inferior da capa de burel.
Partimos, depois, na companhia do João Azenha, o diretor do Pólo de Salto, para a Cerdeira para a fantástica casa do sr. Domingos e da D. Rosa da Casa de Juandré. Acabámos por ficar a ajudar na desfolhada de um carro carregado de milho.
O canastro, que se vê na imagem inferior, tem ainda muito espaço vago até ficar cheio. Mas estava um pouco mais completo quando de lá saímos :)
Gostava de ter ido aí ajudar-te com o molde da capa. Que lindos os detalhes...
ResponderEliminarE eu agradecia a ajuda :)
ResponderEliminarNo dia seguinte andámos a tirar todas as medidas possíveis e imaginárias e a fazer esquemas e mais esquemas. Ou seja, a complicar o que provavelmente são procedimentos muito simples :)
bj