A croça tem dez carreiras. Mas a estrutura da peça é complexa. A croça é composta por duas partes que se unem na segunda e na sétima carreiras: a capa, isto é, a parte mais larga da croça que protege o tronco e as abanetas.
É na segunda carreira que as abanetas, uma espécie de colete comprido que se prolonga quase até aos pés, têm o primeiro ponto de união com a capa. Essa união é feita através de três tranças (veja-se a primeira imagem).
O segundo ponto de união ocorre na sétima carreira quando se considera o conjunto da peça, porque quando se consideram apenas as abanetas, essa ligação dá-se na quinta carreira.
Isto significa que, uma parte das abanetas, correspondentes às quatro primeiras carreiras, é construída de forma independente do resto da croça. Depois, tudo se interliga.
Estas quatro primeiras carreiras das abanetas são construídas com pontos mais simples do que aqueles que são usados nas restantes carreiras. Daí resulta que os dois lados dessas quatro carreiras são iguais, isto é, há pano de um lado e de outro (confirme-se na segunda imagem).
A sexta carreira (veja-se a terceira imagem) é uma mini-carreira. Vista de fora corresponde ao rabo da croça.
Tenho andado a fazer esboços da croça, contando carreiras, percebendo como é que o interior e o exterior da peça se articulam. Algumas dúvidas subsistem. O Sr. Constantino já me prometeu que não começa a fazer as abanetas sem eu estar presente, o que há-de acontecer lá para o início de janeiro.
E ainda lhe vou pedir para experimentar fazer os dois tipos de pontos. E fazer-lhe muitas mais perguntas.
Sem comentários:
Enviar um comentário