No dia 20 (dia em que se comemorava o 130º aniversário da elevação da Figueira da Foz a cidade) voltei ao CAE, novamente com a Guida, para a inauguração da Exposição de fotografias "Figueira da Foz - 130 anos". A coleção exposta, que pertence a Jorge Dias, integra também imagens da autoria de Carlos Relvas, Manuel dos Santos e Afonso Cruz. São fotografias que retratam, maioritariamente, o trabalho e o lazer ligados ao mar e ao rio. Através das imagens captadas pelo Jorge, que tem a paixão da fotografia aérea, podemos ver, desde a década de 1980, o crescimento absurdo do areal da praia da Claridade e o surgimento dos grandes monstros de betão que os anteriores executivos camarários deixaram construir. Do céu, alguns contornos desta cidade tornam-se ainda mais dolorosos.
Fotografias mais antigas, nomeadamente das décadas de 1950 e 1960, mostram o mar muito mais perto da cidade, uma cidade que, enquanto destino turístico, perdeu qualidade nos últimos anos. Há outras imagens, muito belas, algumas das quais eu já conhecia do estúdio do Jorge, que retratam os pescadores e as mulheres que trabalhavam na seca do bacalhau. São escassas as fotografias que relevam outros olhares sobre a cidade e sobre o município. Olhares distintos daqueles que se centram na pesca, no mar, no rio, na água. Mas esse é também o imaginário que prevalece institucionalmente. Como se o município, nas suas estratégias de patrimonialização, olhasse apenas numa direção. E uma direção cheia de problemas por resolver.
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