quarta-feira, 26 de setembro de 2012

NÚCLEO MUSEOLÓGICO DO MAR

Visita ao Núcleo Museológico do Mar, aqui em Buarcos. O espaço tem duas salas, uma dedicada à pesca do bacalhau e a outra mais centrada nos artefactos e nas embarcações utilizados na pesca costeira (há uma terceira sala, mas cuja exposição, sobre o traje local, tinha acabado de ser desmontada). Na sala da pesca do bacalhau é possível visualizar um filme da National Geographic realizado na década de 60 sobre as viagens dos bacalhoeiros para a Terra Nova e Gronelândia. Campanhas de seis meses que endureciam os homens e apartavam as famílias. Nos dóris, os pequenos barcos que eram atribuídos a cada homem, as jornadas podiam durar até 12 horas. Comia-se, invariavelmente, pão com bacalhau frito e a monotonia alimentar era tanta que, por vezes, aos homens dava vontade de comer o isco que levavam para pescar o gadídeo.

Era no foquim, recipiente de madeira (como o que se vê na primeira imagem) que se transportava a merenda nos dóris. Foi-me dito, pela funcionária do NMM, que a origem do termo e do próprio objeto está relacionada com o uso que lhe era dado entre as populações nativas da Terra Nova e da Gronelândia e que usavam este tipo de recipiente para guardar gordura de foca. Para além do foquim, nos dóris levava-se também a garrafa de aguardente para aquecer o corpo e a alma. 


O baú, em metal, como aquele que se vê na segunda imagem, era utilizado pelos pescadores aqui de Buarcos na faina mais perto da costa. Para além da comida, numa bola de vidro (terceira imagem) que possui um pequeno orifício em cima, levava-se a água. As cordas em redor da bola permitiam proteger o recipiente e colocá-lo no mar mantendo, deste modo, a frescura da água. Interrogo-me se este tipo de objeto seria fabricado aqui na fábrica de vidro da Fontela.


2 comentários:

  1. É uma falha que quero colmatar logo que possa.
    As excelentes fotos ainda aguçaram mais a curiosidade.

    Cordial abraço,
    mário

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  2. Vale a pena visitar, embora o acervo seja reduzido. Contudo, o espaço e a simpatia e as explicações da funcionária compensam.

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