Um mês. Cheguei há um mês. É o terreno mais intenso que alguma vez fiz. Mas é, também, um dos mais fascinantes onde já estive. Pelas pessoas, pelos temas, pelos desafios que coloca. Não há fins de semana, não há feriados. As pessoas ditam o ritmo da pesquisa.
Hoje, bem cedo, rumámos para novas filmagens em Solveira. Percorremos os vários terrenos do sr. Alberto e da D. Ilda e registámos gestos de trabalho e conversas. Começámos com a monda das couves, ali perto de casa. Depois, fomos atrás do trator e ficámos a conhecer o campo onde semearam o milho, as batatas e o centeio. Um campo grande, lavrado com o trator porque agora já quase ninguém usa o arado com os animais. Quando for a altura das cegadas do centeio, virão máquinas que irão percorrer este território. Máquinas trazidas por pessoas de outros concelhos e que as alugam a quem precisa. Numa hora fica o centeio colhido.
(Dona Ilda mondando o campo de milho em Solveira)
À tarde, após o almoço, fui novamente para Salto. Tinha agendado o primeiro encontro com o sr. Constantino, o último croceiro da freguesia. Segunda-feira, faremos as filmagens da apanha dos juncos. Lá para novembro será tempo de me mostrar como se tricotam estas capas. Não me inquietam estes compassos de espera. São intervalos para preencher com muitas palavras de sabedoria.
(Detalhe da croça feita pelo sr. Constantino. Pólo de Salto do Ecomuseu de Barroso)
(Detalhe da escova para as croças. Pólo de Salto do Ecomuseu de Barroso)
Depois, fui conhecer o sr. José. Oitenta e oito anos de viagens pelo mundo. O mel bom, tem de cristalizar. E deu-me um frasco. O mel vai ser um daqueles desafios :) E não é apenas porque tenho fobia às abelhas!
(Frasco de mel em casa do sr. José. Salto)
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