sexta-feira, 10 de junho de 2011

DOS OBJETOS

Gosto pouco de coisas. Mesmo as coisas da cozinha e da mesa há muito que deixaram de me encantar. Menos coisas, menos preocupações. Uma vida frugal é bem mais simples e saudável. Há mínimos, contudo. Hoje, dia de feira semanal aqui em Montalegre, aproveitei para comprar algumas coisas porque a casa onde estou alojada pouco tem. Facas, colheres de pau, bacias e escorredores. Também comprei uma varinha mágica e já fiz a primeira sopa desde que cá estou: uma sopa de lentilhas coral aromatizada com manjericão que me soube pela vida e me aqueceu. Continua tanto frio por aqui :)

Embora goste pouco de acumular coisas (a minha casa da Figueira é a casa mais vazia que conheço), gosto de ver coisas nos museus. E sim, gosto de coisas de cozinha e de mesa, como estas canecas que fotografei no Pólo de Salto do Ecomuseu de Barroso.

Gosto deste exercício de imaginar as pessoas a usar os objetos que chegam aos museus. Daí que considere tão importante, sempre que possível, recolher as memórias associadas a esses objetos. Porque sem essas memórias, plasmadas em textos de sala ou noutros suportes, os objetos pouco me dizem.

Estas canecas fazem-me imaginar comensalidades de famílias numerosas. Comidas quentes em noites frias. Conversas numa mesa cheia de gente.



Ou D. Benta e a mãe, D. Aninhas, a montarem a teia na urdideira. Como fizeram tantas vezes em casa e uma vez no museu...


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Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
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