Depois de uma manhã passada a fazer fichas bibliográficas, de uma ida ao correio (onde aproveitei para comprar o livro de Mouette Barboff, A tradição do pão em Portugal) com o objetivo de enviar dois exemplares do livro Negrões. Memória branca para Cascais (Rituss...) e de um almoço vegetariano na Tasca do Açougue (sim, é possível), rumei à ferraria do sr. Fernando, na vila de Montalegre, para uma primeira entrevista.
(Sofrideira em cima da safra)
Já o pai e o avô do sr. Fernando eram ferreiros. Foi com o pai que aprendeu o ofício. Desde que comecei a andar, chegava as coisinhas ao meu pai. A primeira coisa que fiz foi uma machada. Tinha uns 14 anos. Tínhamos que ser dois, eu e o meu irmão. Dei a machada ao meu padrinho. Ficou todo contente.
(Martelo de mão em cima da safra)
Queixa-se o sr. Fernando que agora há pouco que fazer, porque há poucos lavradores. Agora faz-se tudo com os tratores. Antes havia muito que fazer. Era de manhã à noite.
(Detalhe da pedra de amolar na pia da têmpera)
Alguns dos equipamentos e instrumentos que tem na oficina são do tempo do pai. Mesmo o malho pilão elétrico foi adquirido pelo pai.
(Ferro do arado. Feito com molde de terra)
O filho não quis aprender o ofício. Nunca ninguém o procurou para aprender. Ferreiros já não há nenhum. É uma profissão que está a desaparecer.
(Peias para pôr nas patas do gado para fazer os animais andar mais devagar)
Dito dos ferreiros antigos: "papas frias e ferro quente"
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