Voltámos, pela segunda vez, aos baldios de Fafião para ver a descida do boi do povo. A prática é fazer descer a vezeira no dia 29 de setembro, dia de São Miguel. Contudo, como o tempo tem estado de feição, apenas se fez descer o boi e uma vaca com um bezerro. As restantes vacas ficarão na serra enquanto não vier o mau tempo. Por outro lado, quanto mais tempo ficar o gado na serra, mais tempo têm as pessoas, na aldeia, para fazer os trabalhos agrícolas desta época, como a vindima e a plantação das ervas que irão permitir alimentar o gado nas cortes.
Subimos, mais uma vez, na companhia do Alcides, embora desta vez estivesse um outro pastor na serra, o sr. Manuel Custódio, encarregado de apartar os três animais da restante vezeira. Vieram, entretanto, mais dois homens ajudar, já que os animais, quando separados dos outros, resistem a descer da serra.
O sr. Manuel Custódio conhece bem a serra. Quando era criança já ia com o pai e o irmão mais velho. E foram as memórias da vida na serra que lhe permitiram aquietar o coração quando esteve na Guerra do Ultramar, em Angola.
Desta vez, a Laranja, uma das vacas barrosãs que gosta de estar perto dos humanos à hora das refeições (e que come massa com carne) acabou, depois de alguma insistência, por vir comer à minha mão.
Boi do povo
A Laranja
Sr. Manuel Custódio e o cão Pastor
Mas hoje era, também, o dia da descida da vezeira das cabras. Cerca de 500 animais que, a certa altura começaram a descer as pedras e se juntaram a nós na malhada da Pousada. Foi um dia com muitos pastores na serra. Daqui por umas semanas, voltaremos para acompanhar a descida das vacas.
Na última imagem, o Alcides a comandar o percurso de volta à aldeia da vezeira das cabras
Belas fotos, em particular a da cabra (quase) negra!
ResponderEliminarLindas mesmo, Ni, consegues transmitir com muita naturalidade a "alma" dos animais nas tuas fotos. Leio os teus posts no erader, mas tenho de vir aqui olhar as imagens!
ResponderEliminarBeijinhos!
Obrigada, Dani :)
ResponderEliminarBjs