terça-feira, 9 de agosto de 2011

ESTREIA EM TOURÉM

Quando fui a Tourém pela primeira vez (a primeira vez desde que estou neste projeto, porque, há 5 anos, apaixonei-me por esta aldeia), o sr. Domingos foi-me mostrar a quinta do irmão, o Sr. José, e da cunhada, a D. Maria. Foi assim como uma visão do paraíso. Os portões abriram-se e eu mergulhei numa explosão de cores e de texturas e de cheiros. Um daqueles lugares em que as pessoas parecem viver em absoluta sintonia com a natureza.
Hoje, voltámos lá para a primeira entrevista com a D. Maria e o Sr. José. Deve ter sido a entrevista que melhor me correu: pelo fluir das palavras, pela descontração de ambas as partes, pela empatia imediata. Uma entrevista que me permitiu explorar as rotas de sementes, de conhecimentos e de plantas entre Boston e Tourém, assim como os processos de reinvenção espacial da casa da aldeia do outro lado do oceano.



Uma viagem a Tourém com o intuito de fazer uma entrevista muito específica, acabou por se transformar numa tarde de descobertas e de estreias. É que a D. Maria não tem apenas a horta mais fantástica da aldeia. É, também, a última mulher a tecer. Já tinha visto o tear dela duas vezes. A primeira, sem a teia posta, na segunda já com a teia posta e um trabalho iniciado. Destinado a ensinar as mulheres jovens da família.
E, D. Maria, entusiasmada pelo nosso interesse, foi para o tear mostrar como se tece. E mostrou-nos uma das lançadeiras mais belas que alguma vez vi. Feita especialmente para ela (podem ver-se as iniciais numa das imagens).


A certa altura, deve-me ter escapado um gostava tanto de aprender. Ora venha aqui para dentro. Eu ensino-a. E fui. De início estava mais preocupada em não estragar nada (já se sabe, uma pessoa que é capaz de pôr o dedo na varinha mágica, pensar que não a pode ligar e ligá-la, não é de confiança...) e em não atirar as lançadeiras ao chão de cada vez que as movia.
Depois relaxei e comecei a interiorizar a lógica do funcionamento do tear...foram só uns minutos mas foram tão mais ricos do que todos os textos já lidos sobre tecelagem :)



Depois, bom, depois, ainda tive direito a isto :) Duas ovelhinhas fofas e meigas que vieram comer folhagem à minha mão. A forma perfeita para terminar esta tarde em Tourém :)

7 comentários:

  1. Lindo! E esse espaço onde está o tear, com as paredes de pedra? Também parece especial.
    Bjs
    Guida

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  2. Deviam ter ficado mais tempo por cá para veres o tear :)

    bj

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  3. Excelentes imagens! Fizeram lembrar as aulas de tecnologias tradicionais portuguesas :)

    Um beijinho,

    Mara

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  4. Pois, Mara, mas quem vos deu essas aulas nunca se deve ter sentado num tear ;)

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  5. Que lançadeira tão bonita!!!
    MMira

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  6. E ao vivo ainda é mais bonita :)

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Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
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