sexta-feira, 26 de agosto de 2011

FERRO DA FORJA


Segundo dia do workshop do Joe no Festival do Castanho. Hoje, sem chuva a atrapalhar os trabalhos do mestre e dos aprendizes.
Até ter vindo para Montalegre e conhecido o Joe, a minha curiosidade acerca do trabalho do ferro forjado era mínima. Talvez por ser um domínio masculino onde uma mulher se sente pouco à vontade. Ou, talvez, porque na Escola Comercial da Figueira da Foz, onde andei do 7º ao 9º ano, nunca tenha tido oportunidade de trabalhar com este material. Era algo que estava vedado às raparigas. A nós calhavam os têxteis (encantada da vida) e, na melhor das hipóteses, as madeiras (idem e a mesa continua perfeita como há 26 anos).

Observar o modo como o Joe trabalha o ferro tem-me ajudado a ultrapassar este distanciamento.
Hoje, e como a câmera-woman não está por cá, continuei as filmagens (e as fotografias). Olhar, no processo de registo, para uma imagem em movimento é realmente muito diferente do olhar que se tem para uma imagem congelada.
Quando tiro uma fotografia estou sobretudo concentrada no ângulo, nos conteúdos que ficam dentro do quadrado e no modo como estes se distribuem nessa área, nas cores, na relação entre os diversos elementos.
Ao filmar, reparei que me concentrava, para além do enquadramento, nos movimentos que o Joe ia fazendo. Reparei em gestos que ainda não tive captado.
Como é que o bater do martelo na peça, e que aparentemente parece ser sempre o mesmo gesto, produz resultados tão diferentes? Em que ponto do braço, do cotovelo, ou do pulso se operam as diferenças que originam peças tão distintas?
Só experimentando, não é? :)



E obrigada pelo presente :)

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